sexta-feira, 22 de junho de 2012

EMOÇÕES VARIADAS

22 de junho - sexta

Ontem não postamos. Foi um dia tranquilo em casa. Ficou em casa com a Jaque. Brincou bastante, viu TV/DVD e tirou uma soneca de tarde. Cheguei tarde trazendo alguns brinquedos deixados no consultório para ela: um livro de princesas da amiga Maria Eduarda,  uma caixa grande de Polly com alguns lindos desenhos da Chiara, amiga da escola, e um E.T de pelúcia de uma amiga, Maria Vitória, paciente do pai. Adorou os presentes. 

Acordamos cedo. Hoje seria dia de passear no Hospital, mas nem precisava avisar a Luísa, pois a primeira pergunta do dia sempre é: "Hoje tem hospital?" A resposta foi: "Hoje tem, mas daqui a pouco". Ela ficou um pouco calada, mas não chorou ou reclamou. Tomamos um café da manhã juntos. Aqui sugiro que não esperem que uma doença grave atinja as pessoas que amam para que façam isso com mais frequência. Trabalhem menos, vivam mais. 

Arrumamos as coisas necessárias e novamente veio a pergunta: "Hoje tem hospital?". A resposta desta vez foi: "Sim, vamos lá?" Ela escolheu os brinquedos que gostaria de levar e mostrar para as "tias" do hospital e pediu para ir no colo, como em geral. Não teve choro, digo, até o carro. Não queria colocar o cinto de segurança da cadeirinha. Chorou uns 10 minutos. Parou após explicações detalhadas das leis de trânsito e repercussões legais das infrações, rs

Chegando ao hospital, realizada rotina habitual: entrega do carro ao manobrista, cadastro na recepção, e entrada no elevador rumo ao quinto andar. 
Comentário do autor de hoje: Eu que já subi tantas vezes até este andar para avaliar meus pacientes, em geral submetidos a cirurgia de rotina, nunca esperei entrar com minha filha doente, tantas vezes, em quase todos os quartos deste mesmo andar. 

Hoje ficamos no espaço Day Clinic, destinado a internações rápidas. A programação era acessar o catéter implantado e coletar sangue para avaliar a quantidade de plaquetas e se poderia ser realizada a quimioterapia programada para hoje. 

Não precisamos nem contar que levamos 40 minutos para convencer a mocinha a esticar o braço para tirar o Band-Aid, colocar a pomada anestésica e ocluir novamente. Depois, mais 40 minutos para aguardar o efeito do creme, quando entra a "tia de branco" para colocar o "caninho" no braço. Hoje esta parte até que foi sem choro e bem rápida, graças à habilidosa Enf. Elaine. 

Pela primeira vez, a Luísa teve ao seu lado, no Day Clinic, a companhia de outra criança realizando o mesmo tipo de tratamento, um lindo menino de 10 anos de idade. Ela ficou nitidamente feliz com a presença dele: conversaram, trocaram balas, etc. Ea sentiu que o problema não é exclusivo dela, mas que outras crianças ficam doentes e que tem que colocar o "caninho" e ficar esperando. Ela perguntou se ele chorava e matou curiosidades diversas. Nem parece que tem 3 anos.

Ah! Cabe lembrar a cena da nutricionista que chegou ao quarto e, sem muita ajuda, a Luísa escolheu o menu do dia como em um restaurante. 

Caramba, ia esquecendo que ela quis levar o E.T para o hospital. Virou amigo mesmo. Rola muito papo e cumplicidade, afinal o E.T ficou doente também no filme e foi até monitorizado.


Chegou o tio Márcio, irmão da Jaque, diretamente de Curitiba para o Copa D'Or, carregado de presentes do pessoal do Paraná. A Luísa ficou muito FELIZ. Contou tudo para ele, explicando cada detalhe de tudo que estava acontecendo. Recebeu muito carinho do tio querido, de quem não desgrudou mais até dormir. 



Recebemos a notícia de que as plaquetas estavam num bom patamar e que uma transfusão não seria necessária. Agradecemos aqui, mais uma vez, os que doaram. Contudo, o fibrinogênio, um tipo de marcador de coagulação sanguínea, não estava num nível mínimo para que a quimioterapia com o medicamento programado para hoje fosse feita. O sentimento de FRUSTAÇÃO foi inevitável, afinal o dia parecia ter sido perdido, mas aceitamos resignados. Ficou programada nova internação para segunda-feira para coleta de exame e verificação do fibrinogênio e, assim, tentar repor esta dose. 

Bem, fazer o quê? Arrumar as coisas, colocar a viola no saco e ir para casa. Na realidade, mais ainda: agradecer a Deus por ela estar respondendo bem a QT, sem intercorrências até o momento e por hoje estar muito feliz. Aproveitamos para tomar um delicioso café da tarde em casa com a família, os já citados e ainda a tia Juliana e os avós Leyla e Heitor. Ops! gente demais em casa. Deixo claro aqui, às médicas da Luísa, que ninguém estava doente. 



2 comentários:

  1. Dia perdido? De jeito nenhum! Esse encontro com o menino fazendo o mesmo tratamento é um tipo de cura também! Bjs.

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  2. Querida amiga Lulu,
    Estamos acompanhando você. A Ninna adorou o seu ET, ele é um amigo muito especial. A Manuella e a Ninna pedem todo dia para ver você no computador. Ficamos contentes em lhe ver sorrindo e cheia de amor! Fiquem com Deus. Beijinhos das suas amigas da Escola Nova.

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